quinta-feira, 25 de março de 2010

Shutter Island

Um filme dificil, que chega de uma forma gótica e envolto de loucura.
É dificil, porque quaisquer que sejam as nossas interpretação ao enredo nunca chegaremos a conclusão nenhuma, há sempre uma contradição entre o que viamos e o que nos foi apresentado no final. Por isso considero-o de dificil realização, e dificil para o espectador no que em acreditar.

De certa forma somos todos um pouco loucos, não ao ponto de irmos parar a uma instituição psiquiatrica mas numa loucura "soft", e a questão é: será que admitimos essa loucura?

Dois momentos. O primeiro quando chegamos aos portões da instituição e vamos caminhando compassadamente até parar quando os portões abrem. Uma música de fundo a aumentar o ritmo e de intensidade e o nosso coração a bater e a adrenaliza a subir.
O segundo, quando no final o Leonardo di Caprio, depois das reviravoltas todas, fala com o psiquiatra/colega e volta novamente a criar a dúvida do que tinhamos visto.

De resto, uma banda sonora muito boa, e um diCaprio que falta um pouco para criar a tensão necessária a estes filmes.

terça-feira, 23 de março de 2010

Amar... É Complicado!

Amar é complicado ... e desamar é complicado?

Um filme standardizado, monótono e com alguma graça.
De diferente e algo interessante, a perspectiva de como a ex-mulher ser a amante do ex-marido.

Depois, fiquei com a vontade de experimentar fazer croissantes caseiros.

domingo, 21 de março de 2010

Alice no País das Maravilhas

Sabemos de antemão que qualquer filme de Tim Burton no apareça, vamos encontrar algo de novo.
Gostei do filme, mas não estava à espera de sair da sala e ter pouca coisa nova para contar. Antes de mais, temos de saber que este Alice no país das maravilhas, é uma adaptação de um conto de Lewis Carrol, e por si só somos obrigados a levar com a mesma história novamente. Não vejo mal, até porque estamos a usar uma fórmula(neste caso historia) que está mais que provada que resulta. Mas mesmo assim, Burton procurou mudar algo.
Fez crescer a Alice em 13 anos, e fez com que ela aparece no suposto país das maravilhas anos mais tarde a fim de derrotar o malvado dragão da corte da rainha de copas.
E supostamente o pais das maravilhas, tornou-se o pais do caos e confusão. Lembro da série de animação dos anos 80, em que de facto o pais era um pais de maravilhas, com alguns maus da fita é certo, mas não tinha o ar de terra malvada que este tem. Bom mas isto teria uma justificação, porque o argumento da historia baseava-se na na Alice vir salvar o pais da opressão da rainha de copas.
No fim, com isto tudo acabou por tornar-se numa historia banal e com pouco sentido de aventura, ao contrário do que acontecia (pelo menos) na série de desenhos animados cada vez que a Alice caía no buraco do coelho.
De outra forma, é sempre interessante ver as personagens recriadas por Johnny Deep ou Helen Bohan Carter em filmes de Burton. A rainha de copas está genial!!

sábado, 20 de março de 2010

me@Monstra - Competicao 5

Cinema de animação também pode/deve fazer rir, e extrapolar tudo o que é considerado normal, sobre todas as formas possíveis e imaginárias.

quinta-feira, 18 de março de 2010

me@Monstra - Competicao 3

Orgesticulanismus, de Mathieu Balaye. Bélgica

Por vezes, no cinema de animação é dificil transmitir a emoção. De entre várias formas e técnicas, acompanhar um ritmo musical é das coisas mais espectaculares em que podemos trabalhar. Haja capacidade para compreender a música e conseguir-mos expressar (na animação) o que sentimos (da música).

quarta-feira, 17 de março de 2010

me@Monstra - Competicao 2

O poder da animação à exploração máxima de criatividade. A partir deste pressuposto, no filme "Rachas" de Alexis Ducord & Nicolas Pawlowski, mereceu-me a nota máxima, 5 valores.

segunda-feira, 8 de março de 2010

Consultorios de Deus

Um filme género documentário, que nos conta várias historias sobre um consultorio de aconselhamento familiar ficcionado a partir de casos reais.
Basicamente centra-se no universo das mulheres, sobre a contracepção, a gravidez e o aborto.
Pontos de interesse, perceber e reflectir como entre as nossas sociedades (quer culturais quer religiosas), estes temas permanecem como tabus entre pais e filhos e não há uma educação sexual criada em casa, obrigando os adolescentes a recorrerem a "estranhos" para retirar as suas dúvidas.
Um filme bem estruturado. Inicialmente aborda a contracepção, entrando em várias situações que as jovens procuram saber como utilizar a contracepção.
Depois, a forma como a gravidez/virgindade é encarada por diferentes tipos de pessoas. Finalmente, e entre vários cenários, como tema de fundo, o aborto. Acrescentaria mais, o aborto como solução para um problema.

Quanto ao filme, interessante como as actrizes se transformam em pessoas normais, deixando a representação para trás e passando basicamente a serem os ouvidos, e por outro lado, temos as pacientes que são pessoas sem formação de representação onde são obrigadas a efectuar representação dos vários casos.

Nota negativa, para o som que me arrepiava as entranhas. Acho que aquilo estava numa frequência mais acima do que o normal.

sexta-feira, 5 de março de 2010

Um Homem Singular

A primeira realização do estilista Tom Ford.
Aprecio a forma como quem nos conta histórias, nos faz prender a atenção. É a narrativa que nos apaixona, são as expressões do narrador que nos fixam o olhar, ou a história da história que nos agarra, ou são os próprios personagens com que nos identificamos e que nos focalizamos nas suas vidas.
Tom Ford, consegui isto, manteve-nos agarrados àquele ultimo dia de George Falconer desde o principio ao fim. Desde o momento que percebemos que a vida dele já não tem sentido sem o seu grande amor, passando pelas memórias que pretendia guardar para sempre, até ao seu ultimo momento, a morte. Excelente na forma como vivemos esse ultimo dia da vida de George Falconer, quando sabemos que tudo vai acabar e nunca mais acaba, porque há mais uma memória para lembrar, uma mais pessoa para encontrar e falar, desabafar, procurar carinho, e um gesto para dar como se fosse o último (e nós sabemos que é o ultimo).

São os momentos deste filme que nos prendem, momentos que nos controlam as emoções, do vermelho por-do-sol, de paixao, do azul tranquilidade, de morte, o amarelo de uma normalidade anormal, e fazem-se sentir ao longo do filme, expondo-nos, transpondo-nos e identificando-nos.

E Tom Ford executa isto, na medida que por cada momento que representa um estado de emoção, aplica um filtro de cor, centrando e ambientando o espectador à reacção pretendida. Uma fotografia brilhante dos anos 60, desgastada sem ser granulada, e com uma profundidade de campo tornando a personagem principal o nosso foco, torna este filme interessante tecnicamente.

Um Colin Firth de interpretação excelente, mas genial está a Julianne Moore numa personagem dificil. Angustiada sem o demonstrar, alegre sendo infeliz, mas controlando a inveja que sente da felicidade dos outros, ela própria o admite no filme. Uma personagem omnipresente na vida singular de George Falconer.

Um filme que serve de reflexão. Do medo, da morte, da vida.

Citações:
George: For the first time in my life I can't see my future. Everyday goes by in a haze, but today I have decided will be different.

acho que vou voltar a escrever ....