terça-feira, 29 de janeiro de 2008

O Comboio das 3 e 10

Antes de mais, é um "Western".
Sou eu que adoro estes filmes, de índios e cowboys, dos bons e dos maus, de grandes tiroteios e muita poeira no ar. Lembro-me quando tinha oportunidade de ver as matinés na TV, como ansiava para que aparecessem filmes de cowboys para ver. Foi com esta expectativa que apareci para ver "O Combóio das 3 e 10".
É um filme de cowboys que vai até ao último momento, e acaba quando tem de acabar. Pois toda a acção do filme vai acontecendo, e no final, quando objectivo é alcançado a história termina, independentemente se acaba mal ou bem. Acaba como tem de acabar, com os heróis como vencedores, e os bandidos como os perdedores, ou não fosse um Western.

Não sendo equiparável a um John Ford, este "O combóio das 3 e 10" tem tudo o que compõe um típico filme de cowboys. Uma guerra por causa dos caminhos de ferro, os bons e os maus, as perseguições a cavalo e os tiroteios no meio da cidade entre as casas de madeira, os saloons e a noites de relento. Falta um pouco daqueles grandes planos que mostravam as pradarias nos desertos americanos e que davam "Aquela" dimensão a estes filmes.

Gostei imenso também da actuação do Christian Bale. Acho cada vez mais um dos actores mais versáteis que existem por aí (ali em Hollywood).

Um filme para quem gosta do género, para ver.

Citações:
Dan Evans: And you just remember that your old man walked Ben Wade to that station when nobody else would.
Ben Wade: They're going to kill me in the morning... I'll never see the sun.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Expiação

Vou-vos contar uma história.(...). E assim foi contada uma história, de um amor que durou 3 longos minutos numa biblioteca, mas que irá ser lembrado para sempre na forma de uma história contada por quem impediu que esses 3 minutos fossem prolongados eternamente. É mais ou menos isto o que conta o filme. O resto
e pura magia, de saber-se colocar os pontos nos iis e saber pintar um final feliz quando não é de facto um final feliz.
Decididamente, e eventualmente um grande vencedor, mesmo antes de o ser.
As interpretações da pequena Bryoni, e de um James McAvoy a querer definir-se como um actor em crescimento, são bons destaques. A Keira, consegue despegar-se da áureola de menina que ostentava nos seus filmes anteriores, e está a seguir as suas próprias pisadas.
A música, é de facto extraordinária e compõe em comunhão com aquele cenário "very british", alguns dos momentos mais desconcertantes do filme. Aquele martelar da máquina de escrever, ao inicio a acompanhar o ritmo e intensidade da acção, leva-nos a entrar dentro do filme.

Citações:
Cecilia Tallis: Robbie...
Robbie Turner: Cecilia...
Cecilia Tallis: I love you...
Robbie Turner: I love you.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

in Jogos de Poder

Um rapaz recebe um cavalo no seu 14º aniversário.
Todos na aldeia exclamam: "Oh, que maravilhoso". Mas o mestre Zen, também habitante da povoação, diz: "Veremos..." Certo dia, o rapaz cai do cavalo e parte um pé. Todos na aldeia exclamam: "Oh, que horrível". Mas o mestre Zen diz: "Veremos..." A aldeia entra em guerra e todos os jovens homens têm de ir para a frente de batalha. Mas o rapaz, incapacitado, fica na retaguarda. Todos exclamam: "Oh, que maravilhoso".
Mas o mestre Zen diz: "Veremos..."


domingo, 20 de janeiro de 2008

O Sonho de Cassandra

Em sequência de MatchPoint e Scoop, surge-nos agora O Sonho de Cassandra, continuando a saga de Woddy Allen na realização de filmes em Londres com o tema de homicidios por base. Uma fórmula que resultou muito bem com MatchPoint, mas que neste filme dá a sensação de que já vimos do mesmo. Woddy Allen, mostra-nos que um perfeito crime é impossível de fugir a qualquer punição, e que a sorte de alguém é o desespero de outro.
Nos diálogos mantêm uma mesma característica, numa forma low-profile, definindo uma certa "inconsequência lógica" e de algum modo disconexos, mas revelando sempre mais alguma coisa.
Nesta mesma fórmula, surge-nos também uma mulher atraente, que na primeira cena que aparece está vestida com um vestido branco bastante sexy, tal como Nola Rice, na primeira cena que aparece em MatchPoint.

Colin Farrel, acrescenta uma forte representação da sua personagem, conseguindo ao longo do filme um crescimento na intensidade dramática que dá a Terry, um tipo que vive à custa de jogo e apostas, até que se dá mal. Está mesmo muito bem, ao nível se calhar da Cabine Telefónica, onde também esteve muito bem.

Gostei também da banda sonora a acompanhar todo o filme, mantendo sempre alerta o espectador para algo que pudesse acontecer, muito próxima do que se fazia antigamente em filmes de suspense (relembrando eu aqui alguns hitchcocks)

Citações:
Terry: And if God exists?

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

O Assassínio de Jesse James pelo Cobarde Robert Ford

O gosto que tenho pelo cinema é a capacidade que existe de saber-se contar uma história.
Ora, aqui neste filme, está uma história bem contada e que dá gosto em pedir mais (e o filme tem "só" 2h40min, quando ele foi filmado para 4 horas).
Com produção de Brad Pitt e realização de Andrew Dominik, contam-nos uma história de um assassino lendário, que reza a história matou 17 pessoas em assaltos a combóios, e de como viveu os seus ultimos meses de vida.
A forma como Jesse James prepara e encoraja o seu assassino, para o seu próprio homícidio, é a base desta história. De como usou e manipulou, quem o considerava um ídolo e que queria ser como ele, até ao momento de lhe "dar" as costas para que Robert Ford o alvejasse.
Foi quase como o transformar-se de um verdadeiro assassino, numa vitima, que por sua vez se torna uma lenda dos Estados Unidos. Jesse James, passa assim a ser a lenda, ao contrário de Robert Ford, que supostamente sendo ele o assassino do bandido mais procurado na altura, deveria granjear a fama do mais corajoso americano. Mas o "tiro", neste caso, saiu-lhe ao contrário, porque quem ficou para a história foi o bandido, e o justiceiro ficou marcado como um cobarde que alvejou pelas costas.

Não só tem uma história bem contada, como tem umaa fotografia que é excelente, e também a presença e a interpretação de Casey Affleck na personagem de Robert Ford está divinal. Atrevo-me a considerar Casey Affleck, pelo menos, para os nomeados aos óscares de melhor actor secundário.
Quanto ao Pitt, aquela figura de tipo "todo bom" para as gajas, já não figura neste écran, mas também com a Angelina, não precisa ele mais dessas poses, e finalmente pode-se constatar melhor o desempenho dele enquanto actor.

Citações:
Jesse James: Do you want to be like me? Or do you want to be me?

Robert Ford: Each man kills the things he loves.

Robert Ford: It is interesting the many ways you and I overlap; you're the youngest of three James boys, I'm the youngest of five Ford boys. You have blue eyes, I have blue eyes. You're five feet eight inches tall, I'm five feet eight inches tall.

domingo, 13 de janeiro de 2008

Jogos de Poder

Um filme politico que não dá para fugir ao tema de maneira alguma. É uma história que centra as atenções na campanha do Estados Unidos, no inicio dos anos 80, em financiar os mujaheedins no Afeganistão para lutarem contra os invasores soviéticos. Com algum sarcasmo e cinismo à mistura, Mike Nichols, o mesmo realizador do excelente "Closer" retrata-nos como é os congressitas norte-americanos influenciam e jogam com o poder que têm em mão para politicamente atingirem os seus objectivos.
Leva-me a pensar, mas que raio estão os politicos a fazer? É para isso que são eleitos pelo povo? É por estas e por outras que de politica percebo menos e menos quero perceber.

Três excelentes actores (Hanks, Roberts e Hoffman), uma história verídica fazem deste, um filme para se ver.

A meio do filme, mostram imagens antigas de aviões caça a serem atingidos e destruídos por misseis stinger. No meio dos aviões apercebo-me de um F-16 a ser destruído pelos misseis disparados pelos afegãos. Achei estranho, porque os soviéticos não voam com aviões norte-americanos. Agora ao consultar o imdb, na secção de coisas estranhas, fazem referência a isso mesmo.

Citações:
Gust Avrakotos: I bugged the scotch bottle.

Charlie's Angel #4: The Congressman has never been to rehab. They don't serve whisky at rehab.

segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

Alien Vs Predator II

Depois de "Peões em Jogo" foi mesmo para descontrair.
Era mais giro quando havia só um Alien, e esse alien era esperto. Agora há mais Aliens e são todos burros.
Era também mais giro, quando não sabiamos que raio era a espécie do Predador, e ver o Schwarzenegger (acertei na escrita do nome dele??) às aranhas com ele.

Agora há cenas em que quase não percebo quem é que está a dar tareia a quem, ... enfim.

Citações:
Dallas: People are dying... we need guns!

Peões em Jogo

Falar deste filme, não se deve resumir só a falar de estratégias politicas ou estratégias de guerra. Penso que é muito mais do que isto.
É um filme que fala de pessoas e de histórias de pessoas, de ideiais e crenças, de coragem e tomadas de decisão. Os intensos diálogos, que se prolongam durante quase todo o filme, entre Robert Redford e o seu aluno, e entre Cruise e Meryl Streep, a forma como são desenvolvidos e como são conduzidos quer por Cruise, quer por Redford, tendem a confrontar-nos (neste caso, nós "público" na pele do estudante ou na de Meryl Streep) perante todas as decisões que somos obrigados a tomar, e termos consciência dessas mesmas decisões.

É o que falta a este mundo de hoje, a capacidade de se tomar as decisões mais correctas e a sabedoria para justificarmos essas decisões.

Além desta mensagem, gostei da forma como o filme está construído. Desenvolvido com base em 3 histórias. Para além dos dois diálogos já mencionados acima, existe uma outra parte da história que sendo comum às duas cenas anteriores, faz parte da acção que é necessário ter nos dias de hoje, e que se passa nas montanhas do Afeganistão durante a guerra do Iraque.

Não podemos só falar, temos de agir e saber agir com coragem consoante as nossas crenças e sentimentos.


Citações:
Todd Hayes: Who never says anything even though he never stops talking.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

Call Girl

Fui ver. Achei que seria uma boa propaganda do cinema tuga, não só pela Soraia (obviamente ;;)), mas também por alguma expectativa sobre a trama envolvente.
Saí de lá a considerar o tempo mais ou menos bem gasto. O problema foi ter mesmo ficado mais de 2 horas a olhar para uma história, que embora achei que estivesse bem elaborada, mas que não havia desenvolvimentos nenhuns. Parecia que andavamos sempre no mesmo, ali às voltas algures entre o Alentejo e Lisboa.
Penso que a falta de adrenalina foi evidente e a passividade com que as acções aconteciam tornou o que até poderia ser um bom filme, num filme banal. Será que queriam fazer o filme à imagem do alentejo?? é a pergunta que agora me ocorre (sem depreciativismos) ....

Não queria um filme à Hollywood, com grandes perseguições ou cenas policiais todas elaboradas, porque reconheço que a falta de euros poderia ser entrave a grandes encenações, mas que seria interessante criar algum suspense ao "thriller" existente.

Alguns pormenores que ficaram. A referência a "Cães Danados" de Tarantino, quer no poster quase sempre presente no escritório do Vasco (Ivo Canelas), ou pela maneira de vestir também do Vasco, igual aos personagens do mesmo filme, fato preto, camisa branca, gravata fina e preta, e óculos de sol pretos.
Também o António Pedro Vasconcelos (o realizador) a fazer-se mostrar no final do filme, à lá Hitchcock.


Citações:
"Filho da puta."
"Meu cabrão"
"Vai-te foder"