segunda-feira, 24 de novembro de 2008

007 - Quantum of Solace

Eu fui ver um filme de acção pura, e não o James Bond. Aliás, eu nem cheguei a ser apresentado ao Bond, James Bond durante o filme, e nem vi gadgets do tipo, isqueiro que dispara balas ou relógios que têm a função de detonar um prédio, por exemplo.

O que vi, foi pura acção e adrenalina, vi uma data de explosões no meio do deserto, vi aviões a despenharem-se, vi muita porrada, vi uma perseguição de carros muito fixe logo no inicio, mesmo ao estilo dos famosos filmes do 007, vi uma "bond girl" super-híper-bronzeada (mais valia colocarem naquele papel novamente a Halle Berry, se queriam morenaças), e continuei a ver um agente secreto, que já não é mais secreto para ninguém, sem muita dose de galanteador mas mais numa de "partir-para-a-porrada-que-é-o-que-interessa".

Em termos de enredo, Quantum of Solace, dá seguimento ao anterior Casino Royale, onde se procura desmantelar a mesma máfia e vingar as mortes que aconteceram antes.

Não me deslumbrou, mas também não foi tempo perdido.

E vi outra coisa que fiquei fascinado ou saudosista (se não estivesse sozinho, iria fartar-me de dizer "já estive ali", "já estive ali", "já estive ali", "e já estive ali", "ali tb já estive", "e ali", etc ... até mandarem-me calar).
Ou seja, vi Siena, essa espectacular cidade em Itália aonde me perdi naquelas ruas labirínticas, aonde andei às voltas quase um dia sem chegar a sitio nenhum, aonde apreciei aquela atmosfera medieval, e onde fiquei deslumbrado com a praça central, e onde ficaria ali mais uns dias.

Citações (este parece-me ser um diálogo digno dos filmes de James Bond. E o nome Strawberry Fields é para mim dos nomes mais convidativos para apresentar uma ruiva bastante sensual)
Strawberry Fields: [Walking uo to him at the airport] Mr. Bond, my name is Fields. I'm from the consulate.
James Bond: Of course you are. And what do you do at the consulate Fields?
Strawberry Fields: That's not important. My orders are to turn you around and put you on the first plane to London.
James Bond: [Walking past her] Do those orders include my friend Mathis?
Strawberry Fields: [to Mathis] I'm sorry, I have no idea who you are.
James Bond: [to Mathis] You see you've been gone for such a short time that you're already forgotten.
Mathis: You're just saying that to hurt me.
Strawberry Fields: [Following Bond out] Mr. Bond these orders come from the highest possible authority.
James Bond: Taxi! Fields when is the flight to London?
Strawberry Fields: Tomorrow morning.
James Bond: Well then we have all night.
Strawberry Fields: If you attempt to flee I will arrest you, drop you off at the jail and take you to the plane in chains, understand?
James Bond: [Opening the taxi door] Perfectly, after you.
Mathis: I think she has handcuffs.
James Bond: You hope so.

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Reviver o passado em Brideshead Reviver o Passado em Brideshead

NOTA: Não ir ver os filmes na mesma semana de estreia!!!

Da outra vez foram as pitas matraqueiras. Desta vez foram os velhos chatos.
Chegam atrasados, são lentos a sentar, fazem barulhos estranhos durante o filme, levantam-se para sair, voltam outra vez, levam sacos plásticos com as compras de natal e mexem esses mesmos sacos de plásticos como se tivessem pipocas na mão, ... sei lá mais o quê!!

Quanto ao filme propriamente dito.
Gosto imenso de filmes de época, e esta foi uma das razões porque estava interessado em ver este filme. Imaginar aquelas paisagens inglesas e contemplar cenários simplesmente belos, é como diz um dos personagens no meio do filme sobre a casa de Brideshead, "It's magnificent".

Mas de um modo geral o filme desanimou-me. Faltou prender o espectador ao enredo, faltou a paixão que serve de fundo àquele cenário "very british". Algures no filme, a acção passa por Veneza, e julguei que a paixão que faltava pudesse ser envolvida nesse cenário, mas ficou tudo no ar sem se conseguir passar para a tela.

E depois no final, reviver Brideshead, foi qualquer coisa como voltar à casa antiga e a única memória foi a visita à capela velha.

Citações:

domingo, 16 de novembro de 2008

Ensaio Sobre a Cegueira

Primeira Nota:
Fui ver o filme, no dia de estreia e na sessão mais concorrida de pitas que nunca foram ao cinema. Resultado ... ficar numa lateral da sala, com uma sala a abarrotar, e com as pitas a matraquearem a«o filme todo. Pior foi ainda gozarem com os pobres dos cegos. Conclusão ... nunca deixar a minha regra, de ir ao cinema só aos filmes que já estrearam à mais de uma semana.

Quanto ao filme, prefiro falar somente do filme e não da interpretação do filme sobre a alegoria da "cegueira" escrito por Saramago no seu romance.

Cheguei ao fim, com uma sensação de claustrofobia e penso que se deveu a uma fotografia bastante sobreexposta. Realmente não tenho muito mais a dizer, penso que a leitura do livro é indispensável, embora não tenha lido o livro, e pelo que li de outras críticas e mesmo pela percepção de José Saramago, creio que o filme está muito próximo do livro.

Interessante foi chegar ao fim do filme e não saber o nome dos personagens. Aliás, se formos cegos para que é que nos interessa saber o nome das pessoas (será que foi isto que pensaram ?)

Citações:
King of Ward 3: I will not forget your voice!
Doctor's Wife: And I won't forget your face!

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Paris

Mais um filme de Klapisch sobre histórias de gentes. Desta vez estamos em Paris. Cidade de sonhos, cidade do amor, cidade de gentes do mundo, cidade viva de gente solitária. Um filme que nos conta essas histórias de vida que não são, nem mais, nem menos díficeis que outras, ou mesmo do que as nossas.
Um filme que nos ensina a apreciar o que temos, e saber aproveitar o que a vida nos suscita todos os dias. Enfrentar os nossos problemas, sofrendo por amor ou não se amado, ou a dor causada por alguém que desaparece para sempre, faz parte de tudo isto que é viver para amar.

Com um elenco de luxo (mais um), Juliette Binoche continua a deslumbrar com a sua simplicidade, e mesmo aos 40 continua bonita como antes.

Por fim, uma fotografia de paris absolutamente fantástica, qual retrato postal.

Citações:

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Em Bruges

Na primeira longa metragem de Martin McDonagh, este traz-nos um filme bastante interessante. Por um lado, uma boa forma de publicitar uma cidade algo desconhecida, mas que tem muito a nível cultural para ser explorada e vivênciada. Por outro, uma excelente narrativa acompanhada por bons desempenhos de Colin Farrel, Ralph Fiennes e Brendan Gleeson.
Usando de um humor, se calhar não tão "British" mas "Irish", dois assassinos contratados são enviados àquela cidade medieval belga para fazer turismo depois de um trabalho mal executado. Um adora, o outro não. E assim, inicia-se esta história, que aos poucos vai sendo desvendada e articulada à medida que vão-se sucedendo episódios estranhos.
À semelhança de Cassandra's Dream, Colin Farrel continua a desempenhar papéis de personagens problemáticas e indecisas, enquanto Ralph Fiennes demonstra uma personagem de enorme rudeza e crueldade, mas ao mesmo tempo coerente e concertante com os seus ideais.

Achei interessante, os cenários de Brugges, e os diálogos desconcertantes do Colin Farrel.


Citações
:

Ken: Coming up?
Ray: What's up there?
Ken: The view.
Ray: The view of what? The view of down here? I can see that down here.
Ken: Ray, you are about the worst tourist in the whole world.
Ray: Ken, I grew up in Dublin. I love Dublin. If I grew up on a farm, and was retarded, Bruges might impress me but I didn't, so it doesn't.


Ray: Bruges is a shithole.
Ken: Bruges *is* not a shithole.
Ray: Bruges *is* a shithole.
Ken: Ray, we only just got off the fucking train! Could we reserve judgement on Bruges until we've seen the fucking place?


Ray: Maybe that's what 'ell is, an entire eternity spent in fucking Bruges.