sábado, 31 de janeiro de 2009

Vicky Cristina Barcelona

Duas amigas nova-iorquinas vão passar um verão a Barcelona, e eis o argumento deste filme. Assim como chegam, é como vão. Durante esse período vivem uma história incrível (confirmado no diálogo de Cristina e Vicky quando se sentam na esplanada, e Cristina conta as suas aventuras eróticas) entre amores e desamores numa forma que nunca teriam imaginado, senão fossem estas férias em Barcelona.
De como os romances ou os amores impossiveis fazem parte das nossas vidas, e como Maria Elena diz, que só o amor impossível é que pode ser romântico, vemo-nos confrontados com esta grande verdade durante este filme. E depois para manter a chama, procuramos o "sal" para dar outro sabor à relação, que pode muito bem ser o dar valor a aquilo que se tem, e não ao que se aventura.

Adorei como a Rebecca Hall/Vicky interpretou Woody Allen, isto é, a forma divertida, confusa e recambolesca que caracteriza os diálogos de Allen é passada na integra para a Vicky, vimo-nos quase que numa versão de Woody Allen no feminino.
De todo o elenco, a Penelope Cruz efectua um desempenho formidável, alternando os seus estados de loucuras da mesma forma como alterna o discurso entre o Inglês e o Castelhano, numa performance cheia de garra e de sensualidade.
A Scarlett não deslumbrou tanto, mas a mulher dos lábios mais sensuais da actualidade e do olhar mais ingénuo e provocador ainda está lá.

Depois, Barcelona! Quase que uma visita guiada é feita durante o filme a essa magnífica cidade, e em algumas cenas, autênticos postais ilustrados são criados pela fotografia do filme.
Finalmente, excelente a banda sonora, mesmo muito boa de se ouvir. Tenho de a arranjar!

Citações:
Juan Antonio: Maria Elena used to say that only unfulfilled love can be romantic.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

O estranho caso de Benjamin Button

Um conto de F. Scott Fritzgerald deu origem a esta história.
Imaginemos nós, que a nossa vida tem duas linhas principais orientadoras na nossa evolução. Uma distingue a evolução fisica, o crescimento, amadurecimento e envelhecimento. A outra distingue a nossa capacidade de adquirir conhecimento, de aprendizado e depois de decadência mental. Agora imagine-se como poderia ser uma vida se estas linhas orientadoras viajassem em sentidos opostos. Este deve ter sido o exercício que David Fincher tentou trazer até nós através deste estranho caso.

Se formos a ver o filme é uma coisa simples, de uma história de vida, a de Daisy (Cate Blanchett) e que conta coisas da vida que poderiam ter sido e não foram, ou que aconteceram mas podiam ter sido evitadas, e que está muito bem filmada, sempre com o espectro de encararmos a morte como algo consumado. São várias as vezes que Benjamin, encontra a morte dos seus colegas de lar, enquanto ele próprio regredia na sua vida e rejuvenescia-se. Achei magnifica a cena do acidente de Daisy, a forma como foram colocados os "ses da vida" em cada momento de quem teve alguma influência naquela situação.
Gostei também de perceber que passei quase 3 horas no cinema e não dei pelo tempo a passar, tal forma como o filme está apetecível.

Os efeitos especiais estão fantásticos e alguém consegue imaginar o Brad Pitt quando ficar velho e cheio de artroses? Pois aqui está uma possibilidade ...

Citações:
Benjamin Button: Sometimes we're on a collision course, and we just don't know it. Whether it's by accident or by design, there's not a thing we can do about it. A woman in Paris was on her way to go shopping, but she had forgotten her coat - went back to get it. When she had gotten her coat, the phone had rung, so she'd stopped to answer it; talked for a couple of minutes. While the woman was on the phone, Daisy was rehearsing for a performance at the Paris Opera House. And while she was rehearsing, the woman, off the phone now, had gone outside to get a taxi. Now a taxi driver had dropped off a fare earlier and had stopped to get a cup of coffee. And all the while, Daisy was rehearsing. And this cab driver, who dropped off the earlier fare; who'd stopped to get the cup of coffee, had picked up the lady who was going to shopping, and had missed getting an earlier cab. The taxi had to stop for a man crossing the street, who had left for work five minutes later than he normally did, because he forgot to set off his alarm. While that man, late for work, was crossing the street, Daisy had finished rehearsing, and was taking a shower. And while Daisy was showering, the taxi was waiting outside a boutique for the woman to pick up a package, which hadn't been wrapped yet, because the girl who was supposed to wrap it had broken up with her boyfriend the night before, and forgot.
Benjamin Button: When the package was wrapped, the woman, who was back in the cab, was blocked by a delivery truck, all the while Daisy was getting dressed. The delivery truck pulled away and the taxi was able to move, while Daisy, the last to be dressed, waited for one of her friends, who had broken a shoelace. While the taxi was stopped, waiting for a traffic light, Daisy and her friend came out the back of the theater. And if only one thing had happened differently: if that shoelace hadn't broken; or that delivery truck had moved moments earlier; or that package had been wrapped and ready, because the girl hadn't broken up with her boyfriend; or that man had set his alarm and got up five minutes earlier; or that taxi driver hadn't stopped for a cup of coffee; or that woman had remembered her coat, and got into an earlier cab, Daisy and her friend would've crossed the street, and the taxi would've driven by. But life being what it is - a series of intersecting lives and incidents, out of anyone's control - that taxi did not go by, and that driver was momentarily distracted, and that taxi hit Daisy, and her leg was crushed.


Mrs. Maple: Benjamin, we're meant to lose the people we love. How else would we know how important they are to us?

domingo, 25 de janeiro de 2009

Sete vidas

Um filme em crescendo, com um final devastador.
Um filme como já não via a algum tempo, e que nos dá que pensar.
Seremos nós, merecedores de uma segunda oportunidade de vida? Teremos nós, a capacidade de dar sem receber? Haverá algum dia alguém capaz de fazer justiça, e dar esta segunda oportunidade sem pedir nada em troca para outro que mereça porque simplesmente não teve a sorte do seu lado?

Desde o principio do filme, as peças de um puzzle, estão espalhadas por várias cenas e cada vez mais vão sendo mais densas e sem sentido. No final o puzzle, compõe-se e ficamos extasiados como uma vida vale tanto, quanto mais sete.

Sete vidas, revela um Will Smith, com um papel muito bom, a carregar a emoção e a dor da personagem ao longo do filme de um modo simplesmente fantástico.

Citações:
Ben Thomas: I did something really bad once and I'm never gonna be the same!

domingo, 18 de janeiro de 2009

A Troca

Bom, não tenho a certeza se este filme está nomeado para algum óscar, mas de certeza que a Angelina merece a nomeação. Achei fantástica a performance dela neste filme. Um mãe solteira que tem um filho desaparecido e contra a justiça californiana, luta sozinha.
Ela consegue transmitir, uma atitude calma e fria, guardando dentro de si a raiva e a dor que uma mãe deve sentir nesta situação, sem recorrer sistematicamente a cenas de "desespero". Um pouco também à semelhança do filme anterior, "A mighty heart", também relativo a uma história verídica, fazia o papel de uma esposa que procurava o seu marido jornalista (Daniel Pearl) desaparecido na palestina.

Extraordinário, também foi o trabalho de produção deste filme. A forma como conseguiram recriar Los Angeles nos anos 20 e 30. Desde os eléctricos vermelhos, às ruas e edíficios, entre outros locais que apesar de não conhecer, estava tudo muito bem.
E o guarda roupa, também notei (pelo menos) a evolução na moda dos chapéus. Inicialmente no filme, e relativamente aos anos 20, as senhoras andavam com chapéus completamente fechados tipo touca na cabeça, e já no fim do filme, os chapéus já tinham abas. Poderei estar a cometer alguma imprecisão já que não percebo nada de moda, mas penso que são pormenores muito cuidados para quem realizou e produziu este filme.

Gostei também da fotografia do filme. Considero que a cena do confronto da Cristine Collins com o assassino na cela, antes da morte dele, como uma imagem fotográfica perfeita da Angelina.

Citações:
Christine Collins: He's not my son.

Christine Collins: Fuck you and the horse you rode in on.

sábado, 17 de janeiro de 2009

RocknRolla

Um bom filme. Um filme de gangsters londrinos, e com uma dose de humor q.b.
Tem uma banda sonora interessante e também uma boa interpretação de alguns dos actores. Interessante também o facto do realizador efectuar algumas analogias com mundo actual.

Gosto de filmes que têm uma voz de narrador a acompanhar a história, e este é um deles.

Citações:
One One Two: You dirty bastard.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Acabou o meu Medeia Card

Finito um ano de quase 60 movies. Não há um grande filme, vários bons, alguns maus e outros assim-assim.

A Valsa com Bashir, O Cavaleiro das Trevas, O Lado Selvagem, O Assassínio de Jesse James pelo Cobarde Robert Ford, Sweeney Todd: O Terrível Barbeiro de Fleet Street, Caramel e mais outros... sem grandes justificações estão entre os melhores.

domingo, 11 de janeiro de 2009

Australia

Um conto de fadas tirado do fundo do baú.

Depois, o filme que varia entre o Western, o Drama, o Romance, tudo misturado num continente de um só país. Diria quase um filme épico, pois fez-me lembrar "África Minha" ou "Mogambo", por causa da "donzela" que chega a uma terra diferente, estranha para os seus costumes, que acaba por lutar por ela e no fim sai-se vitoriosa por ter a conquistado.

Um filme que também mostra uma face mais oculta da Austrália, interessante conhecer a sua história dos anos 30/40.

Por outro lado, mostra a grandiosidade do país, com grandes planos das paisagens australianas, embora quase todas (para não dizer todas) realizadas através de CGI's, dá para ficarmos conquistados por aqueles lugares.

Citações:
Lady Sarah Ashley: Let's go home.
Drover: There's no place like it.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

A Valsa com Bashir

Para Óscars.

Uma banda desenhada passada para animação, foi este o meu pensamento enquanto assistia o filme. Mas é mais que uma banda desenhada, são os relatos de uma vida vivida no meio da guerra na palestina transformada em animação.

Gostei imenso, tanto pela forma como a animação estava trabalhada, como à medida que a história se ia desenrolando ficava mais curioso sobre o que de facto tinha acontecido, deixando-me pregado ao écran completamente ... e é isto que gosto do cinema!

No final um excelente "acordar para a vida", de sairmos do imaginário da animação para o real da guerra, e de facto a guerra não tem razão alguma.
Hoje, quando vejo este filme, há uma guerra quase no mesmo sitio, e não sinceramente o porquê.

Além disto, a banda sonora estava formidável, e ali no meio estavam os Cake e em vez de "I bombed Korea every night" passou a "I bombed Beirut" ...

Citações

domingo, 4 de janeiro de 2009

Virtude Fácil

Virtude fácil, ou um filme muito fácil de ver. Sem lugar a grandes enredos ou questões que nos deixam a pensar, é simplesmente um filme cheio de humor ("british humor")para se ver e relaxar.

No epicentro do filme, está a eterna "guerra" entre sogras e noras. Uma sogra agarrada aos costumes de sempre e com tradição de familia, e uma nora cheia de glamour e sem grandes complexos, guerreiam-se de principio a fim. Acompanhadas por um marido descomprometido, vivendo a vida por viver, e com uma piada genial.

É um filme que vale a pena ver, tanto pelo humor de principio a fim, como pelas interpretações que admirei do Colin Firth e da Kristin Scott Thomas.

Citações: