domingo, 21 de março de 2010

Alice no País das Maravilhas

Sabemos de antemão que qualquer filme de Tim Burton no apareça, vamos encontrar algo de novo.
Gostei do filme, mas não estava à espera de sair da sala e ter pouca coisa nova para contar. Antes de mais, temos de saber que este Alice no país das maravilhas, é uma adaptação de um conto de Lewis Carrol, e por si só somos obrigados a levar com a mesma história novamente. Não vejo mal, até porque estamos a usar uma fórmula(neste caso historia) que está mais que provada que resulta. Mas mesmo assim, Burton procurou mudar algo.
Fez crescer a Alice em 13 anos, e fez com que ela aparece no suposto país das maravilhas anos mais tarde a fim de derrotar o malvado dragão da corte da rainha de copas.
E supostamente o pais das maravilhas, tornou-se o pais do caos e confusão. Lembro da série de animação dos anos 80, em que de facto o pais era um pais de maravilhas, com alguns maus da fita é certo, mas não tinha o ar de terra malvada que este tem. Bom mas isto teria uma justificação, porque o argumento da historia baseava-se na na Alice vir salvar o pais da opressão da rainha de copas.
No fim, com isto tudo acabou por tornar-se numa historia banal e com pouco sentido de aventura, ao contrário do que acontecia (pelo menos) na série de desenhos animados cada vez que a Alice caía no buraco do coelho.
De outra forma, é sempre interessante ver as personagens recriadas por Johnny Deep ou Helen Bohan Carter em filmes de Burton. A rainha de copas está genial!!

sábado, 20 de março de 2010

me@Monstra - Competicao 5

Cinema de animação também pode/deve fazer rir, e extrapolar tudo o que é considerado normal, sobre todas as formas possíveis e imaginárias.

quinta-feira, 18 de março de 2010

me@Monstra - Competicao 3

Orgesticulanismus, de Mathieu Balaye. Bélgica

Por vezes, no cinema de animação é dificil transmitir a emoção. De entre várias formas e técnicas, acompanhar um ritmo musical é das coisas mais espectaculares em que podemos trabalhar. Haja capacidade para compreender a música e conseguir-mos expressar (na animação) o que sentimos (da música).

quarta-feira, 17 de março de 2010

me@Monstra - Competicao 2

O poder da animação à exploração máxima de criatividade. A partir deste pressuposto, no filme "Rachas" de Alexis Ducord & Nicolas Pawlowski, mereceu-me a nota máxima, 5 valores.

segunda-feira, 8 de março de 2010

Consultorios de Deus

Um filme género documentário, que nos conta várias historias sobre um consultorio de aconselhamento familiar ficcionado a partir de casos reais.
Basicamente centra-se no universo das mulheres, sobre a contracepção, a gravidez e o aborto.
Pontos de interesse, perceber e reflectir como entre as nossas sociedades (quer culturais quer religiosas), estes temas permanecem como tabus entre pais e filhos e não há uma educação sexual criada em casa, obrigando os adolescentes a recorrerem a "estranhos" para retirar as suas dúvidas.
Um filme bem estruturado. Inicialmente aborda a contracepção, entrando em várias situações que as jovens procuram saber como utilizar a contracepção.
Depois, a forma como a gravidez/virgindade é encarada por diferentes tipos de pessoas. Finalmente, e entre vários cenários, como tema de fundo, o aborto. Acrescentaria mais, o aborto como solução para um problema.

Quanto ao filme, interessante como as actrizes se transformam em pessoas normais, deixando a representação para trás e passando basicamente a serem os ouvidos, e por outro lado, temos as pacientes que são pessoas sem formação de representação onde são obrigadas a efectuar representação dos vários casos.

Nota negativa, para o som que me arrepiava as entranhas. Acho que aquilo estava numa frequência mais acima do que o normal.

sexta-feira, 5 de março de 2010

Um Homem Singular

A primeira realização do estilista Tom Ford.
Aprecio a forma como quem nos conta histórias, nos faz prender a atenção. É a narrativa que nos apaixona, são as expressões do narrador que nos fixam o olhar, ou a história da história que nos agarra, ou são os próprios personagens com que nos identificamos e que nos focalizamos nas suas vidas.
Tom Ford, consegui isto, manteve-nos agarrados àquele ultimo dia de George Falconer desde o principio ao fim. Desde o momento que percebemos que a vida dele já não tem sentido sem o seu grande amor, passando pelas memórias que pretendia guardar para sempre, até ao seu ultimo momento, a morte. Excelente na forma como vivemos esse ultimo dia da vida de George Falconer, quando sabemos que tudo vai acabar e nunca mais acaba, porque há mais uma memória para lembrar, uma mais pessoa para encontrar e falar, desabafar, procurar carinho, e um gesto para dar como se fosse o último (e nós sabemos que é o ultimo).

São os momentos deste filme que nos prendem, momentos que nos controlam as emoções, do vermelho por-do-sol, de paixao, do azul tranquilidade, de morte, o amarelo de uma normalidade anormal, e fazem-se sentir ao longo do filme, expondo-nos, transpondo-nos e identificando-nos.

E Tom Ford executa isto, na medida que por cada momento que representa um estado de emoção, aplica um filtro de cor, centrando e ambientando o espectador à reacção pretendida. Uma fotografia brilhante dos anos 60, desgastada sem ser granulada, e com uma profundidade de campo tornando a personagem principal o nosso foco, torna este filme interessante tecnicamente.

Um Colin Firth de interpretação excelente, mas genial está a Julianne Moore numa personagem dificil. Angustiada sem o demonstrar, alegre sendo infeliz, mas controlando a inveja que sente da felicidade dos outros, ela própria o admite no filme. Uma personagem omnipresente na vida singular de George Falconer.

Um filme que serve de reflexão. Do medo, da morte, da vida.

Citações:
George: For the first time in my life I can't see my future. Everyday goes by in a haze, but today I have decided will be different.

acho que vou voltar a escrever ....